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Instituído no ano transacto pela Junta de Freguesia, no preenchimento de uma lacuna há muito requerida e amplamente justificada, decorreu, ontem, a segunda celebração do "DIA DA FREGUESIA DE LANHESES", que envolveu a participação de várias entidades locais e concelhias, bem como de personalidades da área da cultura, política e social.
As cerimónias públicas foram iniciadas na Igreja Paroquial, com a colocação de uma coroa de flores no túmulo da família Ricaldes, ancestral dos Condes de Almada, que se encontra na Capela-Mor do templo, de que se encarregaram o actual representante da família da Casa do Paço de Lanheses, D. Lourenço Vaz de Almada e o Presidente da Junta, Ezequiel Vale. Pelo pastor celebrante e pároco residente da Paróquia de Santa Eulália de Lanheses e de S. Paio de Meixedo, Daniel da Silva Rodrigues, foi dada à concorrida assembleia dos fiéis presentes na missa dominical uma breve explicação da cerimónia, a qual foi sublinhada com uma salva de palmas.
Pelas 17 horas, na sala da biblioteca da actual sede da Junta de Freguesia, decorreu o acto solene da celebração do evento, que recorda a data de 29 de Abril de 1793 da assinatura do foral concedido pela Raínha D. Maria I ao fidalgo Sargento-Mor de Infantaria Sebastião Pereira Cyrne Peixoto, Senhor do Padroado de Santa Eulália e do Vínculo da Casa do Paço, decretando a elevação da freguesia a vila concelhia, com a presença de todo o executivo da Junta de Freguesia e respectivos funcionários, representantes das diversas instituições locais e regionais, civis e religiosas, e um número elevado de pessoas que tornaram insuficiente o espaço onde decorreu.
Depois da saudação aos presentes de que se encarregou o Presidente da Junta, professor Ezequiel Vale e das palavras que proferiu sobre o significado da celebração da data, chegou o momento porventura mais significativo e marcante da sessão, com a apresentação do livro com o título de "LANHESES A PRETO E BRANCO", um álbum de fotografias antigas comentadas em textos de que se encarregaram autores vários conhecedores do meio a que se reportam, que são testemunho do passado não muito distante dos costumes e tradições da gente de Lanheses, a qual teve a distinta apresentação do Doutor Benjamim Moreira, doutorado em Linguística - Filologia Portuguesa e actual Director da Escola Secundária de Santa Maria Maior, de cujo brilhante momento registo o início da sua intervenção:
Intervenção de Manuel Paraíso, autor de um dos textos da obra.
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"Agradecer ao Prof. Ezequiel Vale o convite para ler e agora apresentar este livro, isto é, partilhar convosco a minha leitura de um livro que é vosso, que é de todos vós. Trata-se de um atrevimento pois venho de fora da vossa terra mas o livro, o vosso livro é, a partir de agora, também meu pois apropriei-me dele, desculpem o abuso. Na verdade é para mim uma honra poder tornar próprio aquilo que é só vosso. E confesso que gosto muito que me convidem a ler, que me dêem a ler. Eu também gosto muito de dar a ler, de partilhar com os meus amigos as leituras que me impressionam, que me surpreendem, que me dizem algo. Por isso estou contente por estar aqui. Porque gostei muito do livro e porque é uma honra maior estar aqui com os autores da obra: autores dos textos, autores dos retratos, autores da cedência das fotografias, autores retratados nas actividades que no passado mais ou menos recente contribuíram para a identidade desta terra, para a identidade dos Lanhesences. Lanheses tem um rosto e os lanhesences revêem-se nele, re-conhecem-se nele.
Os autores da obra
Foram muitos os autores e todos quiseram a seu modo fazer perviver, fazer crescer a sua terra. Sabem que a palavra ‘autor’, na sua origem, no sânscrito, quer dizer “aquele que faz crescer, aumentar”, aquilo que hoje chamamos desenvolvimento humano, desenvolvimento social.... E como é que designamos aqueles que tudo fazem para diminuir, apoucar, com palavras ou actos, as pessoas, as terras, os projectos, as ideias? São os detractores. O que distingue, portanto, um autor de um detractor é a presença ou a ausência de uma vontade de valorizar, de crescer, de desenvolvimento humano e social."
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Capa e fotos do livro "Lanheses a preto e branco (em baixo)
Capa e fotos do livro "Lanheses a preto e branco (em baixo)
Capa do livro
A Câmara Municipal de Viana do Castelo fez-se representar pela Vereadora do Cultura, drª Maria José, por impedimento do presidente José Maria Costa, tendo proferido no decorrer da sua intervenção palavras de muito apreço e admiração pelo trabalho que aqui vem sendo feito, reiterando o propósito da edilidade em apoiar e incentivar iniciativas que promovam o progresso e a identidade própria das freguesias do concelho.
A Câmara Municipal de Viana do Castelo fez-se representar pela Vereadora do Cultura, drª Maria José, por impedimento do presidente José Maria Costa, tendo proferido no decorrer da sua intervenção palavras de muito apreço e admiração pelo trabalho que aqui vem sendo feito, reiterando o propósito da edilidade em apoiar e incentivar iniciativas que promovam o progresso e a identidade própria das freguesias do concelho.
Um momento genuíno da natureza da gente da freguesia aconteceu quando Helena Brandão, no seu estilo desenvolto e bairrista cantou um número do folclore local ("...Lanheses, canteiro que o Lima meigamente amima, loucamente estima"), acompanhada pelas conhecidas anciãs Rosa de Lamas e Carma da Formiga e do coro formado pelos lanhesenses presentes.
Este notável evento terminou com um "verde de honra" a TODOS os presentes, proporcionando um raro momento de convívio e permuta de cumprimentos entre convidados do acto oficial e público em geral, dispensando a referência aos mais notáveis pelo exercício dos cargos oficiais e funções em que estão investidos neste momento, não deixando, porém, de registar o seu elevado número e relevância pública e social.
O livro "Lanheses a preto e branco" está disponibilizado até ao esgotamento da sua limitada edição ao preço simbólico de 5€, na sede da Junta de Freguesia.
NOTA PESSOAL DO AUTOR DO BLOGUE.
Dedico este post a um menino especial muito corajoso e lutador com a promessa de que continuarei a estar aqui para lhe dar as notícias que ele gosta de saber e transmitir-lhe a minha certeza de que sempre há-de haver alguém que o faço depois de mim, quem sabe se não será ele próprio...
Força "puto".